domingo, 24 de julho de 2011

10 Princípios Fundamentais do Yoga

     1. O Yoga é algo que tradicionalmente se chama de uma doutrina de libertação (moksha-shâstra). Tem por objetivo libertar-nos da nossa limitada noção de "quem somos". De hábito, nós nos identificamos com esse corpo e essa mente, com nossos bens materiais e nossos relacionamentos (que freqüentemente tratamos como se fossem bens materiais). Porém, segundo o Yoga, esse hábito mental e emocional é na verdade um profundo e fatídicoerro de identificação. É ele que nos mantém perpetuamente presos aos mesmos modos de comportamento e nos faz passar reiteradamente pelo sofrimento (duhkha). Na verdade, o nosso ser real é algo ou alguém que está muito além do nosso corpo, da nossa mente, dos nossos bens e dos nossos relacionamentos. Do ponto de vista yogue, cada um de nós é o próprio Ser imortal e supraconsciente. Na qualidade desse Ser singular, somos livres e ilimitados. Todos os ensinamentos do Yoga tem por objetivo nos ajudar a realizar essa verdade fundamental.


     2. Como os seres humanos têm diferentes pontos fortes e pontos fracos, os mestres do Yoga elaboraram diversas metodologias para que o Yoga fosse útil a todos. O Yoga tem, portanto, vários ramos, que correspondem a certas capacidades ou preferências emocionais e mentais específicas. De modo geral, no Yoga hindu, distinguem-se sete desses ramos:
      O Râja-Yoga é o "Yoga Real" - o caminho de oito membros ou ashta-anga-yoga de Patanjali, também chamado de "Yoga Clássico" , que tem por objetivo a libertação por meio da meditação e se dirige aos praticantes capazes de uma concentração intensa acompanhada pela renúncia ao mundo.
      O Hatha-Yoga é o "Yoga da Força", que tem por objetivo a libertação por meio da transformação física.
      O Jnâna-Yoga é o "Yoga da Sabedoria", que tem por objetivo a libertação por meio do exercício perseverante do discernimento superior, que distingue claramente o Real do ilusório; à semelhança do Râja-Yoga, o Jnâna-Yoga atribui grande importância à renúncia.
      O Karma-Yoga é o "Yoga da Ação", que tem por objetivo a libertação por meio do serviço auto-transcendente; muitas vezes é considerado especialmente adequado aos que não dispõem em grau suficiente das qualidades necessárias para a concentração e a meditação, mas, na verdade, é um caminho necessário para quantos praticam o Yoga em geral.
      O Bhakti-Yoga é o "Yoga da Devoção", que tem por objetivo a libertação por meio da entrega confiante de si mesmo ao Ser divino; atrai especialmente os que são dotados de uma profunda capacidade de sentir e não vêem a Realidade transcendente de forma impessoal, mas pessoal.
      O Mantra-Yoga é o "Yoga dos Sons Poderosos", que tem por objetivo a libertação por meio da recitação (vocal ou mental) de sons dotados de um poder específico (como om, hum, ram, hare, krishna, etc.), recitação essa que muitas vezes é encarada como um aspecto do Tantra-Yoga.
     O Tantra-Yoga ou "Yoga da Continuidade", que tem por objetivo a libertação por meio de rituais, da visualização, do trabalho energético sutil e da percepção da identidade (ou continuidade) entre o mundo comum e a Realidade transcendente.
      Esses sete ramos são outros tantos portais que se abrem para os mistérios do Yoga e, portanto, para a nossa própria consciência.


     3. Todos os ramos e formas do Yoga têm por fundamento uma vida moral firme e sadia. Uma tal vida é regida pelo princípio do dharma, que significa "moralidade", "lei", "ordem" e "virtude". Esse princípio incorpora virtudes morais como a não-violência (ahimsâ), a veracidade (satya), o não-roubar (asteya), a castidade (brahmacarya) a compaixão (karunâ) e a benignidade (maitrî). Sem a firme observância desses princípios morais, o Yoga não pode conduzir-nos à meta final da libertação. Isso porque, enquanto levamos uma vida que não chega à altura dessas virtudes, nossas energias permanecem dissipadas e continuamos a colher os frutos negativos de nossas ações. Uma vida moralmente sã, porém, nos permite pôr fim à criação de efeitos negativos e nos habilita a concentrar nossas energias como um raiolaser, para podermos descobrir ou realizar nossa verdadeira natureza.


     4. No Yoga a teoria e a prática são unidas. Isso significa que o Yoga não é nem uma simples filosofia de gabinete nem uma mera bateria de práticas. Para se dedicar com êxito e da maneira correta ao Yoga, a pessoa precisa prestar a devida atenção às idéias que subjazem às práticas e, inversamente, aos exercícios e técnicas nos quais se consubstanciam as teorias. Para tanto, é preciso praticar com reflexão e atenção. A prática correta e regular das posturas yogues, por exemplo, colabora sem dúvida nenhuma para a conservação da boa saúde. Para ter acesso ao seu potencial mais profundo, porém, precisamos saber que elas constituem apenas uma pequena fração desse todo integrado que é o Yoga, o qual tem por objetivo a libertação espiritual. Do mesmo modo, a meditação seguramente equilibra o sistema nervoso e acalma a mente. Porém, é só quando compreendemos a natureza da mente - graças às doutrinas yogues – que podemos ter a esperança de superar as limitações intrínsecas da nossa constituição mental e descobrir a Consciência transcendente. Por esse motivo, o estudo (svâdhyâya) é tido na mais elevada estima pela maioria das escolas de Yoga; ele complementa a aplicação perseverante nas disciplinas práticas.


     5. Por mais simples que sejam certos caminhos yogues, todos os caminhos e abordagens exigem um compromisso profundo com a autotransformação. Aquele que tem medo de mudar e tende a apegar-se ao seu jeito de fazer as coisas não poderá obter êxito no Yoga. A prática do Yoga exige um esforço pessoal (vyâyâma) considerável, que envolve a autodisciplina (âtma-nigraha). Quando procuramos substituir os hábitos indesejáveis por hábitos positivos, experimentamos inevitavelmente uma certa frustração. Essa frustração, porém, não é autodestrutiva, mas criativa. O termo sânscrito que designa esse processo é tapas, que significa “calor” ou "clarão". O mesmo termo também significa "ascese", pois toda ascese se baseia no autocontrole.


     6. O Yoga compreende numerosas práticas - tanto físicas quanto mentais. Todas elas se reduzem a duas categorias: abhyâsa e vairâgya. Abhyâsa é a execução reiterada de exercícios ou técnicas que têm por objetivo a geração, em nós, de um estado mental positivo. Vairâgya é a prática complementar de deixar de lado os antigos apegos e hábitos de comportamento. Abhyâsa nos revela aos poucos os aspectos profundos e ocultos da mente, ao passo quevairâgya nos afasta passo a passo das aparências e nos aproxima da Realidade.


     7. Quanto mais nos aproximamos da realização do Si Mesmo, ou da iluminação, tanto mais nos parecemos com uma pessoa comum. Só os que correm atrás da libertação como se fosse um troféu, revestem de glamour a si mesmos e a todo o processo yogue. Eles querem ser extraordinários, ao passo que os seres libertos são perfeitamente simples. Ficam tão contentes ao lavar louça quanto de sentar-se silenciosamente em meditação ou de instruir os discípulos. É por isso que o Yoga, desde o princípio, exaltou não somente o caminho do asceta (samnyâsin) que renuncia ao mundo, mas também o do pai de família (grihastha) que faz uso das oportunidades da vida cotidiana para praticar as virtudes de um estilo de vida yogue.


     8. Em toda prática de Yoga há um elemento de agradável "surpresa" ou favorecimento. Nas escolas teístas de Yoga, isso é explicado pela graça (prasâda) do Ser Divino; nas escolas não-teístas, como o Jaina Yoga ou certas escolas budistas, afirma-se que essa ajuda provém dos seres libertos (chamados arhats, buddhas, bodhisattvas, tîrthamkaras ou mahâ-siddhas). Além disso, também os gurus são canais de energias benéficas, ou bênçãos, que fazem amadurecer os discípulos. O processo pelo qual o guru abençoa o discípulo é chamado "transmissão" (samcâra). Em algumas escolas, é denominado shakti-patâ, que significa "descida do poder". O poder em questão é a própria Energia da Consciência.


     9. Todo o Yoga é iniciático. Ou seja, a iniciação (dîkshâ) dada por um mestre (guru) qualificado é essencial para que se atinja o máximo êxito no Yoga. É possível se obter benefícios de várias práticas yogues mesmo sem a iniciação. Assim, a maioria dos exercícios de Hatha-Yoga - desde as posturas até a meditação, passando pelo controle da respiração - pode ser praticada independentemente, desde que o praticante tenha aprendido o formato correto. Porém, para os estágios superiores do Yoga, o poder que vem da iniciação é absolutamente necessário. Os hábitos mentais são demasiado arraigados para que possamos operar neles mudanças profundas sem a intervenção benigna de um mestre yogue. Todas as práticas yogues podem ser vistas como uma preparação para este momento.


     10. O Yoga é um processo gradual pelo qual nossos hábitos inconscientes de pensamento e comportamento são substituídos por outros hábitos, mais benignos, que expressam as faculdades e virtudes superiores da iluminação. Esse trabalho extenso de autotransformação leva tempo, e, por isso, os praticantes de Yoga devem dedicar-se antes de mais nada à prática da paciência. A iluminação, ou libertação, não se realiza em questão de dias, semanas ou meses. Temos de estar dispostos a nos comprometer com toda uma vida de prática yogue. Temos de ter um impulso fundamental de crescimento, quer venhamos a atingir a libertação nesta vida, quer não. Segundo uma das doutrinas fundamentais do Yoga, não existe esforço perdido; mesmo a mais tênue tentativa de autotransformação tem os seus efeitos. É o nosso esforço paciente e cumulativo que mais cedo ou mais tarde floresce na iluminação.


FONTE: Humaniversidade - http://www.humaniversidade.com.br/

sábado, 23 de julho de 2011

Caminho



Sejam bem vindos.
A partir desde momento, inicia-se o meu aprendizado.
Compartilho com vocês os passos dessa nova caminhada.
Namastê.


" Yoga é, foi e sempre será um dos caminhos mais inteligentes de transformação do ser humano. Requer disciplina, compaixão com si mesmo e com o mundo, é a maneira mais segura de se chegar a Realização, a iluminação, ao satori ou como você queira chamar. É necessário e urgente pro mundo em que vivemos. Essa compreensão é o maior ato de amor do ser humano.. "

Krishna Priyah